Apenas diversão? Para ficar louco? Sim. Tudo isso e muito mais. Para mim, festa é vivência. Mais do que isso, é ritual de passagem.
Por que será que falamos tanto em portais de percepção e expansão da consciência? A vivência psicadélica transporta-me, eleva-me, muda o meu estado consciente a cada festa. E o melhor é que isso pode ser feito entrando em contacto com a loucura. E sim, é divertido!
A música nas nossas celebrações não é apresentada aleatoriamente. Os lines têm uma linha, uma harmonia que acaba propiciando uma espécie de ritual. Não é por acaso que o ápice da loucura é durante a madrugada. O Dark Psychedelic tem o poder de me colocar em profundo contato comigo mesmo, dando-me oportunidade de lidar com o meu lado mais obscuro, com os meus demónios, medos e monstros, os quais eu tenho que enfrentar para expulsar, porque ninguém percebe a sua luz sem conhecer a sua escuridão. É aí que eu encontro o sentido dos elementos sonoros e visuais do Dark, muitas vezes macabros e sombrios. Eles simplesmente fazem sentido.
Trata-se de um ritual de purificação, que vivenciado de forma séria e interna ou lúdica e louca, nos faz acordar em Goa de alma lavada, abraçado a uma caveira, a um espantalho ou... não importa. Vamos estar sempre a sorrir. E algumas vezes de olhos molhados.
A nossa caminhada evolutiva chama por essas experiências e a “mudança de estado” acontece dentro de nós. A nossa música e dança ritualísticas têm o poder de iniciar novos ciclos nas nossas vidas, através da psicodelia.
Talvez a expansão da consciência passe necessariamente pelos três elementos essenciais: vida, morte e tempo. Onde damos conta de que o tempo é uma ilusão, a morte um ritual de passagem e a vida um eterno recomeço.
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